Os jornalistas e profissionais da imprensa que cobrem diariamente a rotina presidencial no Palácio da Alvorada estão sem condições mínimas de exercer o trabalho na portaria principal da residência oficial, onde costumam ficar. O local, que não conta com Comitê de Imprensa (que fica no Palácio do Planalto) passa por uma necessária e aguardada reforma estrutural, mas enquanto as obras ocorrem, ainda sem previsão de término, nenhuma estrutura provisória foi montada. Com isso, os repórteres setoristas, incluindo cinegrafistas, repórteres fotográficos e outros trabalhadores, que já não contavam com estrutura adequada, agora estão trabalhando literalmente do estacionamento, ao relento, sem cobertura, sem acesso a mesas ou cadeiras, tampouco tomadas.
A única sala fechada da portaria, que ficava disponível aos profissionais, está interditada. O espaço exterior coberto por tenda, e que mantinha bancos de espera para os visitantes, também encontra-se indisponível para uso. Com a reforma em andamento, os banheiros acabam ficando sujos com mais frequência, inclusive com acúmulo de insetos.
A situação motivou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) a cobrar, em ofício enviado nesta quarta-feira (23), medidas urgentes por parte da Secretaria de Imprensa (Simp), vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
Em meio à chegada da estação chuvosa no Distrito Federal, com precipitações cada vez mais intensas, incluindo ventos fortes e incidência de raios e trovões, a situação agravou-se ainda mais, pondo em risco iminente a saúde e a vida dos trabalhadores enviados por parte de suas empresas para a cobertura na residência presidencial. Vale ressaltar que o Alvorada tem sido local cada vez mais frequente de agenda e despachos oficiais do Presidente da República, que essa semana, inclusive, trabalha do local enquanto se recupera de um acidente doméstico ocorrido no fim de semana. Nessas situações, a única opção dos repórteres setoristas que cobrem a Presidência tem sido trabalhar no interior dos veículos estacionados, como forma de se proteger das chuvas e outras intempéries.
Diante desse quadro, que o Sindicato considera desrespeitoso e degradante, foi solicitada a adoção de medidas emergenciais e imediatas, que incluem, principalmente, a instalação de tendas, mesas e cadeiras, disponibilidade de tomadas de energia (com segurança) e acesso a banheiros higienizados, sem prejuízo de outras adaptações que se apresentem necessárias. A entidade também pediu uma reunião de urgência entre a Secom, o sindicato e os setoristas, a fim de discutir soluções temporárias que possam assegurar um trabalho seguro e digno para a imprensa no Alvorada.