O Coletivo de Mulheres Jornalistas do Distrito Federal (DF) lançou neste sábado, 22 de março, uma nova edição da pesquisa sobre o assédio moral e sexual e condições de trabalho em redações e assessorias de comunicação. O objetivo do estudo é atualizar dados sobre a realidade enfrentada por mulheres profissionais do jornalismo no DF, com foco em segurança, assédio e ambiente laboral.
Apesar do recorte regional, jornalistas de todo o país podem participar, indicando sua localidade. O formulário estará disponível para respostas até 30 de junho de 2025.
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O lançamento da pesquisa integrou a programação de um encontro promovido pelo coletivo no mesmo dia, em celebração ao mês de luta internacional das mulheres. O evento reuniu jornalistas do DF para debates sobre o mundo do trabalho, uma oficina de confecção do estandarte do grupo e uma troca de livros.
Contexto Histórico
A primeira edição da pesquisa, realizada em 2016, revelou dados alarmantes: 77,9% das 535 participantes relataram ter sofrido assédio moral por colegas ou chefes, enquanto 78,5% enfrentaram atitudes machistas durante entrevistas. Naquele ano, o caso da jornalista do IG demitida após ser assediada pelo cantor Biel em uma coletiva de imprensa chocou a categoria.
Em resposta ao contexto, o Sindicato dos Jornalistas do DF (SJPDF) e o Coletivo de Mulheres Jornalistas intensificaram ações para qualificar o debate sobre gênero e relações de trabalho no jornalismo. Em 2019, um novo levantamento mostrou que 73% das participantes haviam sido assediadas por superiores, 44,3% por colegas e 32,2% por entrevistados. Os dados reforçam a urgência de combater práticas abusivas e promover ambientes de trabalho mais seguros e igualitários.
Na ocasião, para desconstruir a naturalização de algumas situações assediosas, o Coletivo, em conjunto com o SJPDF, iniciou a campanha “Assédio não faz parte do trabalho. Denuncie!”, para destacar situações que configuram assédio sexual e que são inaceitáveis no ambiente de trabalho. Foram realizadas visitas às redações, diálogo com a categoria e cobrado das empresas o estabelecimento de protocolos de combate ao assédio e outras opressões no espaço laboral.
A edição atual da pesquisa busca não apenas atualizar esses números, mas também ampliar a discussão sobre os desafios enfrentados por mulheres no jornalismo, reforçando a luta por respeito e equidade na profissão.